Comentários

Acompanhado de muita expectativa e após alguns adiamentos, Kena: Bridge of Spirits finalmente foi lançado. O game com gráficos lindos e um estilo artístico de dar inveja nos principais estúdios de animação do cinema, carregava um peso e responsabilidade para entregar um bom produto. O resultado foi excelente. Kena: Bridge of Spirits é um dos melhores jogos de 2021, se não for o melhor.

Agradecemos a equipe da Ember Lab pelo envio da cópia em antecipado do game.

Antes de tudo, um jogo muito lindo

Kena: Bridge of Spirits é um jogo completo, mas falar de sua beleza antes de tudo é importante. Temos quase sempre o costume de olhar para jogos realistas e neles buscarmos gráficos do mais alto nível. Em Kena, o jogo é do estilo animação, ou seja, como um filme da Pixar, por exemplo. Entretanto, o game conseguiu impor um nível de qualidade que foi de longe um dos mais bonitos e bem polidos que joguei nos últimos anos.

Reprodução/Ember Lab

Desde detalhes de iluminação, passando pela vegetação, água e cutscenes muito bem elaboradas, Kena é um prazer aos olhos para quem está jogando.

O jogo ainda entrega uma ótima variedade de opções visuais. Existe toda uma “áurea” em torno das ações do game. Por exemplo, a exploração costuma ser em ambientes claros, com boa iluminação e bem coloridos. Já os combates em áreas escuras, nebulosas e predominantemente vermelhas. Esse jogo de cores, bem como a temática de cada parte do que está acontecendo, é sensacional.

História e combate excelentes

Como dito anteriormente, esse é um game que não tem um ponto fraco e sim um conjunto todo muito forte. Falando agora da história, nós comandamos a protagonista Kena, que tem como objetivo alcançar o topo da montanha como uma guia espiritual.

O conceito de “guia espiritual” é simples: Libertar e coordenar almas aprisionadas. Não se trata de uma temática sombria ou coisa do tipo, tudo é abordado de maneira bem leve e prazerosa de se jogar, entretanto o desafio é constante.

Na nossa história, nós conhecemos os Rots, os seres pequenos que aparecem nos trailers e são os companheiros de Kena. Não costumo entrar muito na narrativa dos jogos, mas digo que o jogo é muito coeso no que propõe e se cria relações muito fortes com os personagens que vamos ajudando e conhecendo durante esse trajeto.

Reprodução/Ember Lab

No que se refere ao combate, é bem satisfatório e intuitivo. O jogo tem comandos simples no início, mas que com o tempo vão se tornando mais complexos. Entre os ataques, temos muitas opções:

  • Usar nosso cajado com golpes leve e pesados;
  • Usar os Rots, para aprisionar ou atacar inimigos;
  • Arco e flecha;
  • Bombas;
  • Outras variedades.

Sim, são muitas as opções do que se têm para usar, inclusive com algumas que vale a pena descobrir durante a gameplay. No combate dito, a variação de inimigos também é muito grande. É uma boa variação nas abordagens, como inimigos pequenos e fracos, outros maiores e que tiram muito dano, seres voadores, “arqueiros” que atacam a distância… Kena realmente caprichou nesse sentido e torna a jogatina fluída, nada enjoativa.

Reprodução/Ember Lab

No total, a gameplay de Kena: Bridge of Spirits leva de 8 até 12 horas. A variação existe por vários fatores, como a dificuldade escolhida, seu desempenho dentro da sua dificuldade e a opção de realizar algumas atividades secundárias, bem como exploração.

No geral, Kena é sensacional e completo

Foi uma grata surpresa a qualidade acima da média do game da Ember Lab. Na verdade, esperava um game sólido, mas não um dos melhores do ano. Mas além do que foi dito, outros aspectos também são destaque no jogo.

Primeiramente, a fluidez é sensacional. Encontrar hoje em dia jogos que sejam bons de se jogar, com bom ritmo e variedade tem sido cada vez mais difícil. Em Kena, como mencionado, a variação de todos os aspectos é enorme e deixa tudo leve no jogo.

Quanto a desempenho, como de maneira usual, o game tem a opção de focar justamente no desempenho ou na resolução. Optei por jogar com o foco em FPS e o resultado foi ótimo. O game manteve 60 FPS estáveis e toda a jogatina foi muito orgânica. Por sinal, zero bugs em Kena. Sim, nas quase 10 horas de gameplay não tive nenhum crash, travamento ou bug no geral. O jogo foi bem polido.

Reprodução/Ember Lab

A trilha sonora também é super legal para a experiência que o game quer passar. Leve, emocionante e intensa nas hora certas. São vários os momentos do jogo onde é normal se pegar nervoso com um combate intenso, como as inúmeras boss-fights que temos, ou ficar emocionado com a trilha escolhida para um momento de grande comoção. Inclusive, preparem-se para se emocionar em Kena.

Vale citar, também, que a árvore de habilidades de fato melhora bastante a gameplay, oferecendo boa diversificação nos ataques e poderes especiais. Tirando o combate, o jogo também usa dos puzzles, os quais são bem estruturados e não travam o jogador.

Kena: Bridge of Spirits é nota máxima

Ao pensar que em 2021 não havia dado nenhuma nota máxima para algum lançamento (tirando Hades, mas que teve seu lançamento original em 2020), esse feito para Kena mostra o quão o jogo é especial. Não tenho dúvidas que o jogo irá concorrer a Jogo do Ano e vencer inúmeras premiações. Também, quanto a sua duração, não acho que seja um problema um game ser mais compacto. Digo isso pelo fato de que jogar 10 horas de Kena pode valer muito mais do que 30, 40 horas de um outro jogo genérico, mas que tem longa duração.

Kena vale muito a pena e com certeza irá levar seus jogadores a um alto nível de satisfação, bem como admiração.

Positivo
  • Nível de animação excelente
  • História muito boa
  • Combate fluído e bem intuitivo
  • Trilha sonora perfeita ao game
  • Gráficos muito bonitos
Nota 10