Digimon Story: Time Stranger chega como a tentativa da Bandai Namco de reinventar a série sem perder seu coração. Lançado em 2 de outubro de 2025 para PS5, Xbox Series X/S e PC, o título desenvolvido pela Media.Vision aposta em viagens temporais, vínculos emocionais e batalhas táticas.
Logo no início, o jogador desperta em meio ao colapso entre o mundo humano e o digital, após uma explosão misteriosa. O enredo é mais maduro do que nos jogos anteriores e aborda suicídio, álcool e solidão com sensibilidade. Essa abordagem confere peso emocional sem exagerar no tom sombrio.
Além disso, a história introduz um protagonista silencioso, permitindo que o jogador se projete nas decisões e construa laços reais com os Digimon. Esse vínculo move toda a narrativa.
Sistema de combate estratégico e fluido
A jogabilidade segue o formato RPG por turnos, mas evolui com elementos modernos e acessíveis. Durante as batalhas, é possível trocar Digimon sem perder turno, acelerar o ritmo ou deixar o combate em modo automático.

O equilíbrio entre tática e praticidade transforma cada confronto em um pequeno quebra-cabeça. Com mais de 450 criaturas, o jogador pode experimentar combinações que exploram fraquezas elementais de Vacina, Vírus e Dados.
Contudo, em lutas longas, a repetição de padrões reduz o impacto da estratégia. Mesmo assim, a fluidez e profundidade tática mantêm o sistema interessante até o final.
Personagens e laços emocionais dão identidade ao novo jogo da franquia Digimon
A trama valoriza a conexão entre humanos e Digimon, retomando o tema clássico da franquia: evoluir juntos.
Cada confronto funciona como uma metáfora para o crescimento dos personagens, que enfrentam dilemas pessoais e aprendem a confiar uns nos outros.
Embora o ritmo narrativo varie, os momentos de reviravolta e a construção de laços sustentam o envolvimento do jogador. Pequenas falhas de tradução em português quebram a imersão, mas não comprometem a experiência geral.
Direção artística e ambientação visual
O design visual se destaca pelo uso vibrante de cores e iluminação, criando contraste entre Tóquio e o Mundo Digital: Ilíada. A direção de arte de Suzuhito Yasuda confere personalidade aos cenários e expressividade aos personagens.
Mesmo sem gráficos de última geração, o jogo transmite charme e identidade visual. As cutscenes são bem dirigidas e valorizam momentos de impacto, como evoluções ou encontros decisivos.
Trilha sonora e dublagem envolventes
A música tema “wherever you are”, interpretada por Reche, sintetiza o tom emocional da aventura. A trilha equilibra tensão e esperança, acompanhando cada etapa da jornada.
Destaques positivos:
- Dublagem japonesa intensa e natural.
- Efeitos sonoros detalhados nas digievoluções.
Aspectos negativos:
- Loops curtos e repetitivos em algumas áreas.
- Falta de impacto em cenas importantes.
Mesmo com esses deslizes, o áudio contribui para a imersão e reforça o sentimento de descoberta constante.
Desempenho técnico e estabilidade
O desempenho é consistente, porém desigual entre plataformas. Nos consoles, o título roda a 30 FPS, enquanto o PC alcança até 60 FPS, dependendo do hardware.
A versão de computador oferece melhor estabilidade e carregamentos rápidos, mas os consoles ainda garantem uma boa experiência. Pequenos engasgos iniciais aparecem no PS5 e Xbox Series S, sem afetar o progresso.
Veredito final de Digimon Story: Time Stranger
Digimon Story: Time Stranger entrega uma aventura que combina nostalgia e inovação com equilíbrio. A história amadurece a franquia sem afastar novos jogadores, enquanto o combate mistura estratégia e agilidade de forma prazerosa.
Apesar de falhas pontuais, o resultado é um RPG envolvente, emocional e cheio de identidade.
Para fãs de longa data, é uma viagem de retorno; para novatos, um convite para o mundo digital.
- Desenvolvedora: Media.Vision Inc.
- Publisher: Bandai Namco Entertainment Inc.
- Plataformas: PS5, Xbox Series X/S e PC
- Review feito no: Steam deck
- Também testado no: Pc
- Combate estratégico e acessível
- Narrativa madura e emotiva
- Direção artística expressiva
- Boa trilha sonora e dublagem
- Variedade de Digimon e personalização
- Ritmo irregular em alguns capítulos
- Tradução em português inconsistente
- Repetição musical em áreas longas
- Falta de voz do protagonista
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