Tudo que você precisa saber sobre os livros e quadrinhos de “The Witcher”

Se você é um gamer, provavelmente você já jogou algum título da série The Witcher. Mas antes de Geralt de Rívia participar dos jogos da CD Projekt Red, ele foi o protagonista de uma série de livros escritos pelo polonês Andrzej Sapowsk. Quer saber mais sobre este mundo? Aqui tem tudo que você precisa saber para começar:

Origens:

Apesar do sucesso da série literária na Polônia, os livros só ficaram conhecidos ao redor do mundo por causa dos games. Entretanto, a franquia de livros já existe há mais de 20 anos. As primeiros histórias no universo de “The Witcher” – Wiedźmin em Polonês –foram escritas para a revista Fantastyka, em que Sapkowski escreveu sua primeira história curta para uma competição da revista nos anos 80. A revista é conhecida por lançar vários escritores poloneses, que criam histórias de fantasia e ficção científica.

Depois de reunir suas histórias curtas em duas antologias, Sapkowski decidiu começar uma verdadeira série de romances a partir do mundo que ele criou, foi aí que o escritor ficou verdadeiramente famoso em seu país. Com o tempo, os livros foram traduzidos para os demais países da Europa Ocidental, entretanto, o sucesso se restringiu apenas à esta região.

Em 2007, com o lançamento do primeiro jogo de The Witcher pela CD Projekt Red, os Estados Unidos e o Reino Unido começaram a despertar o interesse pela franquia. A popularidade estourou com o lançamento de “The Witcher 3: Wild Hunt”, o que fez com que os livros fossem traduzidos para diversos idiomas.

Como ler a série de livros de “The Witcher”

Os livros podem ser divididos em dois grupos: 1 – As histórias curtas originais, coletadas em duas antologias. 2 – Os romances que são conhecidos internacionalmente como “A Saga do Sangue dos Elfos”.

Abaixo, você pode ver a ordem de leitura, começando com as histórias curtas:

Vale notar que os jogos são baseados no Universo de The Witcher, mas, em tese, eles acontecem alguns anos depois dos eventos da saga. Geralt começa o primeiro jogo com amnésia, sem lembrar os eventos que vemos nos livros. Entretanto, podemos considerar que os games trazem um “universo paralelo”, visto que seus eventos não são canônicos para o criador da série.

E os quadrinhos?

Já existiram outras adaptações de The Witcher para os quadrinhos, mas a mais recente e disponível é a feita pela Dark Horse. Entretanto, esses quadrinhos se baseiam no mundo de The Witcher 3, não tendo uma ligação real com as histórias dos livros. 

As edições em quadrinhos são fruto de uma parceria entre a CD Projekt Red e a Dark Horse. Lançadas originalmente como minisséries, os quadrinhos foram encadernados em dois volumes. Nos quadrinhos, Geralt tende a usar os mesmos recursos que vemos nos jogos (usando os sinais com bastante frequência, visto que fazem parte do gameplay do jogo). Porém, devemos dizer que são duas ótimas histórias, que você pode encontrar abaixo:

Mas afinal, o que é um Witcher?

The Witcher não é apenas o título da série. No Brasil, Witcher foi traduzido como “Bruxo”, que é a ocupação de Geralt, o protagonista da série. 1.500 anos antes dos eventos de “O Último Desejo”, houve um evento cataclísmico chamado de “A Conjunção das Esferas”, trazendo vários monstros e criaturas sobrenaturais (como vampiros e lobisomens) para o Continente. Como os monstros começaram a atacar os cidadãos, eles precisaram de uma força de defesa: homens (e, muito raramente, mulheres) treinados desde cedo em artes marciais para batalhar contra monstros.

Graças ao seu treinamento, o candidato a Bruxo é exposto a mutagênicos que garantem mais força, agilidade, uma vida prolongada e a habilidade básica para poder usar magia. O lado ruim do processo é que os bruxos se tornam estéreis, assim, eles precisam ser recrutados, já que não podem se reproduzir. Existem três grandes academias de Bruxos: A escola do Lobo, a Escola do Gato e a Escola do Grifo.

Para ajudar no recrutamento, foi criada a “Lei da Surpresa”. Explico: Os bruxos não trabalham de graça, eles agem como mercenários, sem responder a nenhum estado ou reino. Porém, ao invés de pedir uma recompensa em dinheiro, o Bruxo pode pedir uma das duas seguintes coisas: “A primeira coisa que o receber” (podendo ser um guarda ou animal) ou “Aquela coisa que você tinha e ainda não sabia” (que geralmente é usada para recrutar “crianças-supresa”, ou seja, crianças que estão no ventre da mãe, mas que ainda não foram percebidas ou concebidas). Assim, o Bruxo se torna impopular, apesar de seu papel como protetor.

Bem vindo ao Continente!

Os livros de The Witcher acontecem em uma terra conhecida como “O Continente”. Milhares de anos antes da existência da humanidade, os elfos colonizaram o continente, que acabou sendo populado por gnomos e anões, causando uma guerra entre as três raças. A guerra foi seguida pelo cataclisma que trouxe a presença de monstros, forçando as raças a entrar em uma trégua. Humanos são relativamente novos na terra, chegando por lá apenas 500 anos antes dos eventos do primeiro livro, mas eles acabaram se tornando a espécie dominante do Continente (através da guerra).

Politicamente, o Continente é dividido em duas facções: uma série de reinos que vivem em aliança no Norte e o Império de Nilfgaard no Sul. As forças estão constantemente em guerra. O livro “O Último Desejo” acontece um pouco depois de uma guerra entre os dois poderes e uma segunda guerra eclode durante os eventos do livro “Tempo de Desprezo”.

Pessoas que você precisa conhecer

Apesar do mundo de The Witcher ser populado por um vasto número de personagens, os livros se concentram principalmente em 4: Geralt, Ciri, Yennefer e Triss.

Geralt de Rívia

Geralt é o protagonista da saga, considerado como um dos mais poderosos bruxos de todos os tempos – ele até encorajou seus mestres a experimentar mutagênicos avançados em seu corpo durante o treinamento, algo que mudou a cor da sua pele e de seu cabelo, garantindo o apelido de “Lobo Branco”. Ele odeia se envolver em política (um movimento comum na Polônia dos anos 90), preferindo viajar pelo Continente e oferecer seus serviços como mercenário.

Ciri

Enquanto trabalhava para os pais de Ciri, o Rei e a Rainha de Cintra, Geralt acaba usando a Lei da Surpresa como pagamento por seus serviços, pedindo a criança que ainda não nasceu para o treinamento de bruxo. Entretanto, quando ele volta para buscar a criança, ele descobre que ela é uma menina e que seus pais morreram em um naufrágio. Geralt opta por deixar a criança vivendo com a avó.

Eventualmente, Ciri entra no caminho de Geralt novamente. Ela foi adotada por um mercador, que é salvo por Geralt. Sem ver a menina, ele usa a Lei da Surpresa novamente e acaba “ganhando” Ciri pelo mesmo método (pela segunda vez!). Ciri não passa pelo mesmo processo de mutação que outros bruxos passaram. Ao invés disso, ela descobre que tem um talento natural para magia, assim, ela também é treinada como uma poderosa feiticeira, ganhando um papel fundamental nos livros e no terceiro jogo da série.

Yennefer de Vengerberg

Uma poderosa usuária da magia, introduzida em “O Último Desejo”. Yennefer é uma amante de Geralt. Ela nasceu com sangue élfico e sangue humano, o que faz com que seu talento para magia só aumente. Assim, acabou se tornando uma feiticeira desde muito jovem. Já que um bruxo não pode ter filhos, Yennefer e Geralt acabam adotando Ciri como filha.

No mundo de The Witcher, feiticeiras são conhecidas por usar a magia para ficarem mais bonitas e estenderem seus tempos de vida. Yennefer aparece nos livros com quase 100 anos, ainda assim, sendo uma das mulheres mais bonitas dos Reinos do Norte.

Triss Merigold

Nos livros, Triss é uma feiticeira e uma amiga próxima de Geralt e Yennefer, possuindo sentimentos não correspondidos por Geralt. Ela acaba se tornando uma figura fraterna para Ciri, já que ela ajuda no treinamento de magia. Seu papel é muito menor nos livros do que nos games. Nos jogos, ela é uma das primeiras pessoas que Geralt encontra depois de acordar com amnésia. Durante a história do game, vemos a aparição de um triângulo amoroso entre Triss, Geralt e Yennefer, que funciona diferente nos livros.