Trek to Yomi | Visualmente espetacular, mas combate deixa a desejar (Review)

Uma narração, cenas de arquitetura japonesa e cores inexistentes além do preto e branco. Trek To Yomi inicia de uma forma tão bonita que nos primeiros 5 minutos eu já estava amarrado. Afinal, sendo uma carta de amor para os filmes de Akira Kurosawa, Trek To Yomi é uma obra de arte interativa sobre um homem, honra, vingança e amor.

História

Trek to Yomi conta a historia de Hiroki, um órfão que se vê no meio de uma guerra pelo único lugar que ele pôde chamar de lar. Após uma tragédia em seus anos iniciais como samurai, Hiroki se encontra obrigado a defender sua vila dos ataques do temível Senhor da Guerra. Com sua fé sendo movida pela sua honra e o amor de sua vida, Hiroki cai em uma armadilha que resulta no fracasso.

Hiroki paga o preço pelas suas escolhas, o que lhe faz viajar pelo Yomi – O submundo japonês. Assim, sua jornada acaba revelando segredos, motivações e realizações que Hiroki nunca conseguiu ter em vida.

A história de Trek to Yomi corta igual uma Katana. É uma jornada que atinge o jogador de uma forma certeira, e um grande motivo disso acontecer é pela forma que os personagens foram construidos. O mundo é vivo e pesado, e cada personagem principal tem suas motivações para fazer o que devem fazer.

Estilo de arte único

Quem quer que estivesse responsável pela direção de arte em Trek to Yomi, certamente merece alguns prêmios. O jogo mantém o estilo do inicio ao fim, realmente dando a impressão que estamos vendo uma pintura, ou até mesmo um filme antigo de Kurosawa nos anos 50.

Eu adoro como todo frame desse jogo pode servir como um belo papel de parede. Contando com estátuas gigantes, campos abertos, florestas de bambu, arquitetura japonesa e muita fidelidade em cima da cultura e religião da época, eu me senti totalmente imerso neste mundo. Cada movimento da câmera conta uma história sobre aquele lugar, as vezes te colocando até em segundo plano. Afinal, você não é o foco deste mundo.

Porém, nem tudo é 100% perfeito. Em algumas cutscenes, a câmera se aproxima dos personagens, e é ai que percebemos que alguns modelos, principalmente de alguns NPCs, poderiam ter tido mais detalhes. Mas, como durante a gameplay a câmera está sempre distante para dar foco no lindo cenário, isso acaba não atrapalhando tanto.

Combate poderia ter sido melhor

O combate de Trek to Yomi tem muitas mecânicas de combo, defesa, esquiva e contra-ataque. Porém, depois de mais ou menos 1 hora, você aprende um combo que praticamente quebra qualquer dificuldade contra inimigos comuns.

Fora isso, é bem legal quando você se encontra cercado por cinco ou seis inimigos. Por ser um jogo onde o combate é em dois eixos (2D), você precisa virar seu personagem manualmente para se defender e atacar inimigos nas suas costas. Ficar cercado pode ser uma sentença de morte se você não for ágil o suficiente, mas mesmo assim, o combate pode se tornar repetitivo antes de chegarmos na metade da história. Além de sua katana, você tem um pequeno arsenal de armas à distância para usar. Fique de olho na munição, pois a única forma de recuperar é explorando os cantos secretos pelo mapa.

Agora, em lutas contra os chefes no fim de cada capítulo, a situação pode ser um pouco diferente, visto que aqui eles são mais brutos e rápidos que o inimigo comum. Cada chefe tem um design único, com combos diferentes que te forçam a esquivar, aparar e contra atacar. Mesmo que você possa jogar fazendo o mesmo combo não significa que você tenha que jogar assim.

Conclusão

Trek to Yomi, pensando do lado narrativo e artístico, é fantástico. Os momentos cinematográficos vão ficar na minha cabeça por um bom tempo, resultado de uma experiência muito satisfatória. Mas infelizmente, ainda é um jogo de vídeo game que peca na repetição de seu combate após algumas horinhas. Mesmo assim, eu garanto que finalizar Trek to Yomi vai ser uma jornada e tanto para fãs da cultura japonesa.

Agradecemos a equipe da Devolver Digital no Brasil pelo envio da cópia em antecipado.