Enquanto a América Latina enfrenta retração no mercado de smartphones, o Brasil vai na contramão e se destaca como exceção positiva em 2025. De acordo com a consultoria Canalys, as vendas de celulares caíram 4% na região no primeiro trimestre, mas cresceram 3% no Brasil, consolidando o país como o maior mercado da América Latina, responsável por cerca de 28% de todas as remessas.
Mais do que isso, o Brasil viu a Samsung disparar na liderança, com 43% de participação, ampliando a distância para marcas como Motorola, Xiaomi e Apple. A gigante sul-coreana conseguiu se firmar como a verdadeira preferência nacional, com presença em todas as faixas de preço.

Samsung domina o Brasil com portfólio versátil e estratégia agressiva
O domínio da Samsung não vem por acaso. A empresa oferece desde celulares acessíveis, como os modelos Galaxy A15 e M15, até aparelhos premium como o Galaxy S24 Ultra e os dobráveis Z Fold e Z Flip.
Essa diversidade permite atender todos os perfis de consumidores brasileiros — um diferencial enorme em um país onde o preço ainda é fator decisivo na hora da compra.
Além disso, a marca investe pesado em marketing, tem forte presença no varejo físico e online, e aposta em um ecossistema integrado entre celulares, smartwatches, TVs e fones, o que fideliza o consumidor.
Ranking de participação no mercado brasileiro (Q1 2025)
Segundo a Canalys, este é o ranking atual das fabricantes no Brasil:
Marca | Participação (%) |
---|---|
Samsung | 43% |
Motorola | 23% |
Xiaomi | 15% |
Realme | 7% |
Apple | 5% |
A Apple aparece apenas em quinto lugar, atrás até da emergente Realme, reflexo da limitação de seu portfólio e da ausência de modelos acessíveis no país.
Por que a Apple perde espaço no Brasil?
Diferente de concorrentes que apostam em modelos com bom custo-benefício (como o Galaxy A04 ou o Redmi 12C, por menos de R$ 1.000), o celular mais barato da Apple — o iPhone SE — custa acima de R$ 3 mil. Já o iPhone 16e, recém-lançado, ultrapassa R$ 6 mil.
Essa estratégia premium funciona em mercados como EUA e Europa, mas no Brasil, onde a sensibilidade ao preço é alta, ela limita o alcance da marca.
Marcas chinesas seguem investindo pesado
Mesmo fora do topo, fabricantes como Xiaomi, Honor e Oppo continuam firmes no Brasil:
- A Xiaomi mantém 15% de mercado, com destaque para a linha Redmi.
- A Honor lançou o X8b, enquanto a Oppo apostou no Reno 11F — ambos agora disponíveis em grandes varejistas.
- A estratégia das chinesas mira o consumidor que busca performance com preço justo.
Segundo a Canalys, “o Brasil é visto como o principal mercado da América Latina pelas fabricantes asiáticas”.
Aparelhos mais vendidos da Samsung no Brasil em 2025
A Samsung manteve sua posição de liderança com modelos populares como:
- Galaxy A15 e A25 – a partir de R$ 899, dominam o segmento de entrada.
- Galaxy M14 5G – desempenho sólido por menos de R$ 1.300.
- Galaxy S24 e S24 Ultra – preferidos no topo da linha Android.
- Galaxy Z Flip5 – símbolo de status e inovação entre os dobráveis.
Com assistência técnica presente em todas as capitais e atualizações frequentes, a marca entrega o que o consumidor brasileiro valoriza: variedade, confiança e suporte.
O Brasil cresce, enquanto a América Latina encolhe
A Canalys destaca que, enquanto o mercado regional deve encolher 1% ao longo de 2025, pressionado por inflação e instabilidade política, o Brasil deve seguir crescendo em ritmo constante.
Três fatores explicam esse cenário mais favorável no Brasil:
- Alta demanda por modelos baratos e intermediários.
- Avanço do e-commerce e marketplaces.
- Investimentos contínuos de fabricantes, especialmente asiáticas.
Com uma base de consumidores conectada, estrutura logística sólida e incentivos à produção local, o Brasil se consolida como porto seguro para as fabricantes globais.
A Motorola entre dois extremos
A Motorola, que já liderou o mercado, mantém o segundo lugar com 23%, mas sofre pressão tanto da Samsung quanto da Xiaomi. A marca precisa renovar mais rapidamente suas linhas Moto G e Edge, além de melhorar o suporte a atualizações.
A percepção de que os modelos da Motorola envelhecem mais rápido pode afetar sua participação nos próximos trimestres.
Leia mais:
Comentários