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ELSIE é um jogo eletrônico de ação e plataforma, estilo popularmente conhecido como run n’gun e bullet hell, com elementos rogue-like, publicado pela Playtonic Friends e desenvolvido por Knight Shift Games, lançado neste dia 10 de setembro para Playstation 5, Xbox Series S e X, Nintendo Switch e PC. Para a presente análise utilizamos o Nintendo Switch.

A história de ELSIE se passa em um futuro extremamente tecnológico e colorido, com vários tons de neon, em que a cientista Dra. Grey teria criado várias androides chamadas Guardiãs, com poderes baseados em controle de elementos da natureza e que têm o propósito de proteger o planeta. Estas Guardiãs desapareceram, razão porque a cientista criou ELSIE, uma nova androide de combate, a quem incumbiu a tarefa de localizar e resgatar as androides desaparecidas. À medida que avançamos no jogo, descobrimos o que realmente aconteceu, as razões do desaparecimento das Guardiãs e a origem de ELSIE.

Ainda que a história não tenha grande profundidade, pois não possui subcamadas nem grande desenvolvimento dos demais personagens, além da protagonista e da Dra Grey, as revelações são intrigantes, pois descobrimos algumas atitudes e motivações das personagens principais, o que desperta a curiosidade do jogador.

ELSIE possui muitas similaridades com jogos clássicos como Megaman. Além do gameplay, o ambiente e a história, há semelhanças na trilha sonora, com músicas de rock progressivo, e na arte pixelada, estilo 16 bits, com ambientes e inimigos baseados em elementos e robôs espalhados em todos os espaços, inclusive alguns com aparência e movimentação que nos lembram bastante alguns adversários presentes na franquia clássica do robozinho azul. Todavia, como diferencial, temos a variação das fases, criadas proceduralmente a partir de ambientes predefinidos, como floresta, vulcão, neve etc. Estas fases não são contínuas, mas formadas de pequenas telas predefinidas que são escolhidas aleatoriamente pelo sistema. 

No início do jogo, teremos apenas quatro fases, Jardim das Rosas, Cidade Circuito, Caldeirão da Maestria das Forjas e Tundra Uivante, que serão necessariamente concluídas repetidamente, várias e várias vezes, em sequências diversas, com o propósito de localizar as Guardiãs até que possamos avançar para novos ambientes.

ELSIE merece muitos elogios pelos recursos de acessibilidade. O jogo possui algumas poucas cenas baseadas em artes estáticas e conversações dubladas em inglês, mas totalmente legendado em português do Brasil, embora com algumas falhas, principalmente na descrição de algumas habilidades que não estão traduzidas. Ainda contamos com vários outros recursos, sendo possível aumentar as fontes do jogo, incrementar assistência para daltonismo, e vários outros com o propósito de garantir a melhor visualização e identificação dos elementos do jogo. 

Apesar de rodar geralmente a 60 quadros por segundo, em diversos momentos há quedas bruscas, notadamente quando a tela está lotada de disparos ou quando utilizadas algumas habilidades específicas, como as elétricas, circunstâncias em que o jogo passa a ter uma média entre 2 a 5 quadros por segundo, o que desestimula bastante a utilização de tais poderes. Também se verifica a ocorrência de alguns bugs, como o sumiço de todos os elementos do cenário, impossibilitando o avanço do jogador e sendo necessário fechar o jogo e reiniciar a fase.

Quanto às mecânicas, vale dizer que, no início de cada fase, nossos disparos são simples, sempre frontais e com uma curta projeção, mas, com a obtenção de novas habilidades, nossos disparos ficam mais fortes, recebem novos elementos, passam a se subdividir, ganhar maior projeção, buscar o alvo e outras variações, podendo ocupar quase toda a tela na mesma medida em que a quantidade e dificuldade dos inimigos aumenta, demonstrando uma ótima evolução. Estas habilidades, todavia, são apagadas ao finalizar cada mapa, quando retornamos ao cais e nosso status retorna ao padrão.

Apesar das grandes semelhanças, ELSIE se distancia de Megaman em razão da característica rogue-like, que retira a opção ao jogador da fase a ser jogada e dos poderes que pretende implementar na personagem. Porém, nem todo fã de rogue-like irá apreciar a ideia de evoluir o seu personagem, acertar as escolhas certas no caminho para permitir avançar e, em dado momento, ser chamado de volta ao Cais, onde suas habilidades e status serão zerados, o que quebra demasiadamente o sentimento de evolução e causa certa frustração.

Por fim, ELSIE deve agradar consideravelmente quem espera um jogo com ação frenética e constante, pois as telas são curtas e lotadas de inimigos, além de que o acréscimo de habilidades e a característica de bullet hell proporcionam uma boa diversão e satisfação, com a sensação de limpeza ao destruirmos todos os inimigos que preenchem o cenário e coleta de todas as recompensas caídas ao chão, porém penaliza um pouco o jogador com a repetição exaustiva, sendo necessário concluir as mesmas fases inúmeras vezes até acertar a sequência correta ou obter os itens suficientes para evolução de suas habilidades.

Elsie
  • Desenvolvedora: Knight Shift Games
  • Publisher: Playtonic Friends
  • Plataformas: PC, PlayStation, Nintendo Switch
  • Review feito no: Nintendo Switch
Nota 7