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Aos 23 anos, a estudante de Ciência da Computação Larissa Ayumi, do interior de São Paulo, viveu uma experiência que poucos desenvolvedores têm: mostrar seu trabalho pessoalmente ao CEO da Apple.

Ela foi uma das vencedoras do Swift Student Challenge, competição global que premia projetos inovadores criados por estudantes de todo o mundo.

Larissa viajou ao Vale do Silício para o encontro que, inicialmente, teria a presença de Susan Prescott, vice-presidente de Relacionamento com Desenvolvedores. Entretanto, a agenda ganhou um momento inesperado quando Tim Cook apareceu de surpresa para conversar com os jovens.

O executivo fez questão de conhecer cada iniciativa e a brasileira foi a primeira a apresentar a sua.

O aplicativo que ela criou explica, de forma lúdica, como funcionam os modelos de linguagem que alimentam ferramentas de inteligência artificial.

Com formato de jogo, a proposta busca conscientizar os usuários sobre a necessidade de questionar as respostas dessas tecnologias, incentivando um uso mais crítico e ético.

A ideia surgiu a partir de sua pesquisa acadêmica sobre interpretabilidade e explicabilidade em IA. “Queria que as pessoas se importassem mais com o assunto”, resume.

O trabalho foi desenvolvido na Apple Developer Academy, programa educacional lançado no Brasil e hoje presente em dez universidades, a maioria públicas, espalhadas por oito estados.

Ao longo de dois anos, os participantes têm 20 horas semanais de aulas, sem pré-requisito de experiência em programação. Desde sua criação, a iniciativa já formou mais de três mil profissionais, um esforço importante em um país que deve enfrentar um déficit de mais de 500 mil especialistas em TI até o fim do ano.

Ela não foi a única

Além de Larissa Ayumi, outros sete jovens brasileiros também se destacaram na edição 2024 do Swift Student Challenge. A competição global é promovida pela Apple para incentivar o uso do Swift, sua linguagem de programação.

Ao todo, oito estudantes do país foram reconhecidos como Distinguished Winners, título concedido aos projetos mais inovadores, criativos e com potencial de impacto social e inclusão.

Os vencedores viajaram até o Apple Park, em Cupertino (Califórnia), para participar da Worldwide Developers Conference (WWDC). Durante o evento, tiveram a chance de apresentar pessoalmente suas criações e até trocar ideias com Tim Cook.

Segundo Susan Prescott, “os vencedores brasileiros deste ano transformaram histórias locais em playgrounds do Swift que mostram o poder da próxima geração de programadores para promover mudanças significativas”.

Seis dos premiados passaram pela Apple Developer Academy, presente no Brasil desde 2013. O programa, que combina ensino técnico e visão empreendedora, incentiva que cada projeto seja pensado de forma inclusiva e voltada para impacto positivo.

Entre os vencedores estão:

  • Nina Guelman (Rio de Janeiro) – Earthling

  • Letícia Lima de Souza (Manaus) – PapCheck

  • Marília Luz dos Santos (Universidade Federal de Pernambuco) – Lila’s Street Soccer Guide

  • Felipe Mussi Ferreira Peixoto (PUC-Rio) – Braille with Zico

  • Larissa Ayumi Okabayashi (Unicamp) – app sobre modelos de linguagem (LLMs)

  • Thiago Parisotto Dias (Universidade Federal do Rio Grande do Sul) – Yume’s Spellbook

  • Carolina Quiterio (Unicamp) – Code the Beat

  • João Pedro Junior (Faculdades Integradas Hélio Alonso, RJ) – Fimbo Village

Esses projetos variam de guias de futebol de rua a aplicativos de acessibilidade em braile, passando por jogos educativos e ferramentas de aprendizado musical, mostrando que a programação pode nascer de qualquer paixão e ganhar o mundo.

Fonte: CNN Brasil e Clube de Engenharia