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A simples expectativa em torno de GTA 6, previsto para 2026, já está mudando hábitos de consumo no Brasil. De acordo com o estudo GTA VI: Hype, consumo e cultura gamer, realizado pela Go Gamers — idealizadora da Pesquisa Game Brasil (PGB) —, o título se tornou um fenômeno cultural antes mesmo de chegar às prateleiras.

Segundo os dados, 25,3% dos entrevistados já trocaram de console pensando no lançamento. Outros 20,6% montaram ou compraram novos PCs e 20% adquiriram periféricos, como headsets e controles, para estarem preparados.

Quando o tema é preço, mesmo com a especulação de que o game custe entre R$ 500 e R$ 600, quase metade (49,3%) afirma que pretende comprá-lo no lançamento. Dentro desse grupo, 24,2% reconhecem que o valor é alto, mas ainda assim não querem ficar de fora do momento coletivo.

“Chamamos isso de custo de pertencimento: pagar mais para fazer parte da experiência compartilhada”, explica Mauro Berimbau, consultor da Go Gamers e professor da ESPM.

O estudo também investigou quais títulos mais marcaram a comunidade. GTA: San Andreas lidera com folga, lembrado por 48,9% dos jogadores como o melhor da franquia. Na sequência aparecem GTA V (20,4%) e o primeiro GTA (18,6%).

Para Carlos Silva, CEO da Go Gamers, “San Andreas se tornou patrimônio cultural da franquia, atravessando gerações e mantendo relevância até hoje”.

Quem espera por GTA 6

O público interessado é diverso, mas o maior peso está entre millennials (30-44 anos), seguidos de perto pela Geração Z (15-29 anos).

A média de idade entre homens fãs da série é 38 anos, enquanto entre mulheres é 34,5 anos. Apesar de terem chegado mais recentemente à franquia, elas já representam uma parcela significativa da expectativa.

No consumo de conteúdo, o YouTube lidera, seguido por TikTok, Instagram e influenciadores em várias plataformas.

Os formatos mais buscados são análises de trailers (57,6%), notícias sobre o lançamento (54,3%), gameplays de GTAs anteriores (33,6%) e teorias sobre o mapa e personagens do novo jogo (30,8%).

Espaço para marcas

Mais da metade dos entrevistados (55,4%) acredita que empresas de diferentes setores podem se envolver com o lançamento, desde que de forma autêntica.

Outros 41,9% aceitam a presença de marcas, mas com ressalvas sobre o tom e a coerência das campanhas. As categorias mais bem posicionadas incluem bebidas energéticas (54,6%), tecnologia (49,5%), moda (49,3%), fast food (42,2%) e streaming (41,5%).

Entre as críticas mais comuns, está a rejeição a conteúdos superficiais, como memes forçados (46,2%) ou uso artificial de gírias (41,6%).

Por outro lado, 35% valorizam quando a marca entende de fato o universo do jogo e 24,9% elogiam campanhas criativas e divertidas.

“Estamos falando de um evento que pode ser comparado, em impacto cultural, a fenômenos como Game of Thrones ou Vingadores: Ultimato”, afirma Guilherme Camargo, CEO do SX Group e coordenador da pós-graduação da ESPM. “Cada grande lançamento da Rockstar passa a ser mais do que um game: é um marco na cultura pop global”.

O estudo ouviu 1.200 pessoas em todo o Brasil e buscou mapear não apenas a expectativa por GTA 6, mas também como ela já se traduz em consumo e como abre espaço para estratégias de marcas interessadas em se inserir de forma legítima na conversa.

A Pesquisa Game Brasil (PGB), criada em 2013, é desenvolvida e produzida pela Go Gamers e pelo SX Group, em parceria com a Blend New Research e a ESPM.

O levantamento é referência no mapeamento de hábitos de jogadores no Brasil e em outros países da América Latina, como Argentina, Chile, Colômbia, Peru e México.

Fonte: PGB
José Elias Mendes, mais conhecido como Dolfo, já foi reconhecido pelo ranking Top 10 Jornalistas Brasileiros do LinkedIn. Por lá, fala um pouquinho de tudo e está sempre aberto a conversar. Tem se especializado em jornalismo de games e oferece mentorias em assessoria de imprensa/relações públicas para devs indie. Assumiu como editor-chefe do Overplay em agosto de 2025.