Hideo Kojima, um dos nomes mais influentes da indústria dos videogames, afirmou durante entrevista à revista GQ Brasil que sua rotina de trabalho intensa tem cobrado um preço. Kojima comentou sua admiração pelo filme brasileiro “Ainda Estou Aqui” também.
Aos 62 anos, o criador de Metal Gear e Death Stranding admitiu dormir apenas “quatro ou cinco horas por noite”, reconhecendo que o hábito “não é saudável”. A declaração foi feita durante sua segunda visita ao Brasil, por ocasião da Brasil Game Show (BGS), realizada em São Paulo.
Kojima, que recentemente anunciou dois novos jogos — Physint e OD, este último em parceria com o cineasta Jordan Peele —, afirmou que não pretende reduzir o ritmo.
Physint, descrito como um retorno ao gênero de espionagem que o consagrou, marca sua volta ao estilo de Metal Gear, enquanto OD propõe uma experiência de terror interativo.
O designer japonês, fundador do estúdio Kojima Productions, destacou também sua admiração pelo cinema e pela literatura.
Na entrevista, Hideo Kojima comentou ter assistido recentemente a Ainda Estou Aqui, filme brasileiro dirigido por Walter Salles, e elogiou a produção, classificando-a como “muito interessante”.

Durante o evento em São Paulo, Kojima foi recebido como uma verdadeira celebridade. Centenas de fãs aguardaram por horas para participar de sessões de fotos com o criador, que posou para selfies e distribuiu autógrafos.
Alguns admiradores, como o pernambucano Fernando Lauria, de 22 anos, afirmaram ter viajado exclusivamente para conhecê-lo. “Ele fez a minha infância”, declarou o estudante à revista GQ.
Em tom descontraído, Kojima comentou sobre seus hábitos e o impacto do envelhecimento. Disse ter abandonado a academia durante a pandemia e relatou que o estúdio implementou sessões matinais de alongamento entre os funcionários.
Ainda assim, admitiu que o exercício tem sido insuficiente. “Quero voltar a me exercitar mais, talvez ficar como o Kenshiro”, brincou, em referência ao protagonista musculoso do mangá Hokuto no Ken.
Mesmo após uma crise de saúde antes dos 60 anos, o designer afirmou não pensar em aposentadoria. “O segredo da minha saúde é poder fazer o que amo”, declarou. Segundo ele, sua paixão por arte, cinema e escrita continua sendo combustível para o trabalho criativo.
Kojima também recordou os desafios enfrentados em 2015, quando deixou a Konami e fundou seu próprio estúdio independente. “Sou um empresário para ser um artista”, resumiu.
Hoje, o japonês supervisiona todas as etapas de seus projetos — dos roteiros à edição de trailers —, o que considera essencial para manter sua identidade artística.
Na passagem pelo país, o criador de Death Stranding também mostrou seu lado fã. Visitou pontos turísticos como o Beco do Batman, em São Paulo, e o Cristo Redentor, no Rio de Janeiro.
Nas redes sociais, compartilhou fotos e interagiu com o público brasileiro, demonstrando entusiasmo com o carinho dos fãs locais.
Kojima, que já colaborou com nomes como George Miller, Léa Seydoux e Mads Mikkelsen, afirmou que seguirá explorando novas linguagens dentro dos games. Admirador da obra do escritor Kobo Abe, revelou que o conto Nawa foi uma das inspirações para Death Stranding.
Com mais de três décadas de carreira, o criador japonês mantém uma rotina que mistura arte, tecnologia e autocrítica, e segue como uma das vozes mais respeitadas da cultura gamer mundial.
Fonte: GQ Brasil
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