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Dolmen é um jogo souls-like futurista desenvolvido pelos brasileiros da Massive Work Studio. Essa frase já deveria ser o suficiente para chamar a atenção da comunidade soulsborne, mas será que o jogo carrega o peso necessário para surpreender? Confira nossa Review:

Agradecemos a Prime Matter e Massive Work Studio pela chave de acesso antecipado

História é genérica

Reprodução/Prime Matter

A história de Dolmen é o padrão sci-fi com toques de terror que todos já conhecemos. Uma colônia de mineradores do cristal "Dolmen", com propriedades intergaláticas e interdimensionais, é atacada por um exército de alienígenas que conseguem dizimar e tomar controle do planeta.

Você é enviado para recuperar o cristal Dolmen e evitar a invasão, mas as coisas acabam não saindo da forma planejada.

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Enquanto eu jogava Dolmen e lia todos os documentos de "lore" espalhadas pelo mundo vazio e sem graça, eu só conseguia imaginar uma coisa: Eu já vi isso antes.

Nada da história de Dolmen é original, com um repeteco de vários clichês sci-fi que conseguem te cansar muito fácil. Chegou uma hora que, honestamente, eu não tava entendendo mais nada e só segui em frente para chegar ao final.

Gameplay tem potencial, mas pode ser frustrante

Reprodução/Prime Matter

A gameplay de Dolmen deve ser a coisa mais decepcionante do jogo, simplesmente porque tinha potencial para ser ótimo. O jogo tem ótimas ideias que não são bem executadas, o que resulta em algo medíocre e frustrante.

O combate é o que você imagina em um souls-like, aperta R1 para bater, R2 para bater mais forte e L1 para defender. A diferença aqui é que, com o L2, você pode usar uma arma para realizar combates à distância. Além disso, o jogo tem um sistema de "buff elemental".

Para o buff elemental, você pode equipar um núcleo de gelo, fogo ou ácido. Ao apertar triangulo, seu personagem fica envolto na energia desse núcleo, e pode causar dano elemental até que sua barra de energia (azul) se esgote.

O combate mão a mão é visceral e pesado, você realmente sente o peso de seus golpes e isso é muito gostoso. Quando funciona, ele funciona bem. Pena que são poucas as vezes em que isso acontece.

Sobre a barra de energia, saibam que ela é ruim. Simples. Eu acho que a decisão de juntar recuperação de vida, munição da arma e buff elemental em um só lugar foi mal feita.

Para recuperar a vida durante um combate, você deve retirar da sua barra de energia! Se precisar recarregar a energia com uma bateria, você tem que esperar alguns segundos enquanto o personagem pacientemente usa o item. Isso é muito frustrante, principalmente nas áreas finais do jogo onde a abertura de cura se torna menor.

Graficamente bonito, mas tem design genérico

Reprodução/Prime Matter

O jogo é graficamente bonito graças ao poder da Unreal Engine, mas a sua direção de arte é sem alma e genérico. Os inimigos são quase todos iguais, as armas não tem uma identidade visual única e o ambiente (principalmente interior) é praticamente impossível de diferenciar um do outro.

O design interior de Dolmen é tão genérico que eu várias vezes me via perdido, entrando nas mesmas salas com a mesma decoração, simplesmente porque o jogo não te dá um indicativo correto de onde ir. É muito normal ver salas vazias que não acrescenta em nada na sua experiência, só estão ali...

Devo dizer que o design dos bosses são o ponto chave, mas somente no visual. A mecânica da maioria é quebrada, com todos tendo algum bug de hit através de paredes ou com golpes que te acertam fora da hitbox. Perdi a conta de quantas vezes eu morri com um hitkill por ficar preso numa parede invisível, ou por tomar um golpe de longe mesmo eu sabendo que eu não estava perto do boss.

Parte técnica

Reprodução/Prime Matter

A parte técnica é um ponto positivo para o jogo, visto que ele é bem otimizado no PlayStation 5. O jogo oferece duas opções gráficas: Desempenho que foca nos 60 FPS e qualidade que foca no 30 FPS, mas com Ray Tracing.

Infelizmente, tive a oportunidade de testar o multiplayer e a experiência foi de algo com muito lag e bugs. Ao matar alguns bosses no online, eu não recebia nenhum XP ou materiais, e frequentemente aparecia a mensagem que a conexão havia sido perdida, logo após a luta ter terminado. Não há dúvidas que faltou alguns testes com o componente online para trazer uma melhor experiência ao produto final.

Conclusão

Reprodução/Prime Matter

Dolmen é a clássica história do estúdio que tem boas ideias, tem bons planos, mas não sabe como executar de uma forma que funcione. Os problemas infelizmente se sobressaem e as poucas qualidades do jogo acabam ficando em segundo plano.

É um bom inicio para o estúdio, e precisamos de mais brasileiros tentando entrar na indústria, e espero que usem Dolmen como uma lição do que não fazer no futuro.

Dolmen estará disponível para PlayStation 4, PlayStation 5, Xbox One, Xbox Series e PC no dia 20 de Maio.

Positivo
  • Bons gráficos
  • Combate corpo a corpo é bom
  • Boa otimização
  • Visual dos chefes
Negativo
  • História fraca e genérica
  • Gameplay é frustrante
  • Mecânicas quebradas
  • Design genérico
  • Online com bugs
Nota 4


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